Uma oportunidade

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Uma oportunidade
Comecei a faculdade e a minha professora de línguas nunca mais me saiu da cabeça, principalmente porque chumbei numa das suas cadeiras, repetidamente. Aquela mulherona deixava-me sempre hipnotizado ao longo das suas aulas. Não dava pelo tempo passar nem pela matéria que não estava a conseguir acompanhar por causa do seu canto mágico.

Sinto-me um peixe fora de água. Cheguei à faculdade já tarde.

Sou o mais velho da turma com trinta e sete anos enquanto que o segundo mais velho tem vinte e três anos. Sinto-me um dinossauro.

Logo na primeira aula de língua fiquei de boca aberta ao ver a minha professora entrar. Uma bela mulher, lindíssima, na casa dos seus trintas e quatro, trinta e cinco anos. Fiquei hipnotizado a aula inteira a ver como se movia ao longo da sala, como o seu cabelo encaracolado caiam sobre os seus ombros. Fiquei embasbacado com a linda figura que deambulava perante os meus olhos.

O semestre passou a correr e eu a dar em maluco com aquela unidade curricular. As aulas eram uma tortura e depois as minhas noites também começaram a ser, pois começou a surgir nos meus sonhos. Imaginei de tudo um pouco, muito antes de saber, através dos murmurinhos que circulavam na faculdade, algo da sua vida.

– Joaquim, não é melhor passar no meu gabinete um dia destes?

Fui apanhado desprevenido a meio da tarde, enquanto estava no meio da fila do bar para beber o café merecido após ouvir durante três horas o professor Fernando falar dos inícios da matemática. Quando retirei os meus olhos do telemóvel e vi quem estava a falar comigo o meu coração parou.

– Boa tarde…professora. – digo atrapalhadamente.
– Mas o que diz sobre a minha proposta? – diz-me esboçando um sorriso.
– Claro que sim! Já há algum tempo que estava a pensar sobre isso.
– Espero por si daqui a quinze, vinte minutos no meu gabinete?
– Tenho aulas professora. Eu depois envio-lhe um e-mail a combinar-mos melhor, pode ficar assim combinado?
– Joaquim… Está na faculdade… E você anda com dificuldades… – diz-me enquanto esboça um sorriso nunca antes visto.
– Ah!… Tudo bem então, professora. Vinte minutos estarei lá.
– Pavilhão H. Mas penso que dispensa este tipo de informação, visto que já o disse anteriormente na aula de apresentação e espero que tenha apontado no seu caderno, essas palavras mágicas.

Fiquei tão baralhado que não consegui dizer nada.

– Até já, Joaquim. – diz enquanto se afasta de mim a balançar as ancas.

Nos minutos seguintes, fui ter com o Rogério que estava à porta do bloco.

– Rogério, preciso que me safes na próxima aula. Assinas por mim e depois passas-me a aula?
– Na descontra Joaquim… – diz enquanto dá calmamente um bafo no seu cigarro – Eu safo-te isso.
– Obrigadão! Fico-te a dever uma.

Despeço-me dele e vou até ao meu carro tentar acalmar as ideias e pensar no que pode ser benéfico para mim, naquela ida ao gabinete da Professora Cristiana, enquanto aluno.

Fumei dois cigarros naquele curto espaço de tempo. A minha mente estava a mil à hora. Não me conseguia acalmar. Bateram os vinte minutos certos e eu comecei a caminhar para o pavilhão H, sem grandes pressas.

Três minutos depois estou a bater à porta do gabinete da professora.

– Sim? – responde-me do outro lado da porta.

Abro a porta e digo:

– Posso professora?
– Claro Joaquim. Sente-se por favor. – diz-me num tom tão sereno como ao mesmo tempo sedutor.

Os minutos foram passando e falámos de tudo e mais alguma coisa. Até que chega finalmente a altura de falar das minhas dificuldades.

Quando chegámos à parte de falar sobre as minhas dificuldades na sua unidade curricular até engoli em seco. Não sabia por onde começar, pois para mim aquilo era tudo uma trapalhada.

A Cristiana era astuta e um olho demasiado observador. Tinha entendido pela minha longa pausa que eu não sabia nem por onde começar, dessa forma calmamente foi-me introduzindo à sua disciplina. Desde a origem dos povos, passando depois pela origem do latim até aos primeiros textos escritos em português correto.

A uma certa altura, ela necessitou de consultar um dos minhentos livros que tinha nas estantes e depois de apanhá-lo e abri-lo na página que queria começou a citar-me uma passagem daquele livro.

Observava-a com atenção. Toda a atenção que era possível no mundo. Via como movimentava os lábios à medida que lia. Quando de súbito os meus pensamentos foram interrompidos ao ver a Cristiana levantar-se da sua cadeira, nunca parando de ler, e vir-se sentar à minha frente sobre a secretária.

Ao terminar de ler a citação bastante longa, olhou bem fixamente nos meus olhos e disse:

– Percebeu o que o autor quis dizer?

Não respondi. Limitei-me a agir.
Levantei-me e beijei-a. Não aguentei mais. Aquela mulher era demasiado sedutora para eu me conter, mesmo sabendo que as relações entre professor e aluno não eram permitidas. A Cristiana beijou-me de volta e não quis parar. O mal já estava feito, o melhor seria tirar o melhor partido daquela situação.

Fiz com que se debruçasse sobre a mesa e levantei-lhe rapidamente o vestido para cima, coloquei a tanga para o lado e velozmente inseri o meu pénis dentro dela, com toda a vontade e avidez que tinha. Agarrei nos seus caracóis e puxei-a para mim. A cada penetração que dava uma das minhas mãos percorria o seu corpo. Sentir a imensidão da sua pele. Os seus seios perfeitos e firmes. Senti os mamilos duros através do tecido do vestido, a malandra não usava sutiã.

A adrenalina e a excitação do momento fez com que o nosso desejo fosse consumado em poucos minutos. Sem um único som, apenas respirações pesadas, soubemos que atingimos o orgasmo. Levantei-a da secretária e elevei-a até mim, beijamo-nos sabendo que não haveria uma próxima, mesmo sabendo que existia uma vontade pequenina de voltar a repetir.

Aquele momento foi deveras excitante para ambos.
Demos um jeito nas roupas e a Cristiana até me ajudou a ajeitar o cabelo, eu tentei fazer o mesmo mas não tenho o mesmo jeito que ela. Ao acabar de nos recompor, digo:

– Então…
– Sim. – diz prontamente – Vemo-nos na aula de sexta-feira. Boa sorte para o exame.

Limitei-me a sair sem nunca mais dizer uma palavra. Aquela ida ao seu gabinete até hoje me atormenta os pensamentos.

Não contei o sucedido a ninguém e tão pouco desconfiam. Uma pequena maravilha!

Foi uma ida ao gabinete dos deuses… pena que tenha sido tão curta a minha estadia.

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